Quando o Chef Ricardo Gonçalves foi convidado a integrar a equipa da Enoteca de Belém pelo escanção Nelson Guerreiro, não havia dúvidas sobre o elemento mais importante a considerar na cozinha: o vinho!
Cozinhar para o vinho tornou-se simultaneamente um desafio e uma aprendizagem constante, que exige um cuidado no uso de cada ingrediente e sem abusos de temperos para que, na hora da harmonização, o vinho não saia prejudicado. Aliás, aqui o percurso é um pouco ao contrário do que estamos habituados, cada prato é “testado” com 3 ou 4 vinhos e por vezes demora um mês até fazer parte da carta.
Não precisamos, no entanto, de esperar que o prato chegue à mesa para dar início à combinação de sabores e aromas, nos bastidores os Porto Tawny são especiais para a entrada de Queijo de Cabra e Figos, a Poncha para o Atum com milho frito, os Madeira para a redução que acompanha o Veado e o Porto Branco integra o Pudim de Abade de Priscos. Uma expertise de equilíbrio de aromas, sabores e cores onde os Moscatéis e outros licorosos também marcam presença.
Este é um dos pontos diferenciadores da Enoteca, onde além de podermos beber um copo e petiscar nos é dada a opção de degustar uma refeição na sua totalidade, algo invulgar neste registo. Se para as boas bocas este é um motivo de regozijo, adianto que as boas notícias não acabam aqui.
Como enfatiza o escanção Nelson Guerreiro, a Enoteca, por definição, é um espaço onde se guarda, se consulta e se aprende sobre vinho. Por isso a Enoteca de Belém não é um Wine Bar nem um restaurante, é sim um local onde as pessoas são livres de conhecer vinhos novos, as estórias que eles contam e os aspectos mais técnicos se assim o quiserem. Para essas e outras conversas, há o Nelson e Francisco Oliveira, porque este espaço não tem um, mas dois escanções de serviço.
Como local onde a descoberta e a satisfação são privilegiadas, a selecção de vinhos conta com cerca de 90 referências de Portugal Continental e Ilhas, em permanente actualização. Para que não se caia na tentação de beber rótulos, todos os vinhos têm o mesmo preço: 4.50€ a copo e 22€ a garrafa, todos disponíveis em ambos os formatos. Uma democratização de preço que nos oferece uma interessante liberdade de escolha, ao longo da refeição.
Como decidir entre os vinhos que preenchem a parede? Com um original par de binóculos. Caso esta opção nos baralhe, os escanções estão disponíveis para fazer uma recomendação de acordo com o nosso perfil de consumidor. A este propósito tive a oportunidade de assistir in loco à reacção de alguns turistas que ali se encontravam à data da minha visita. Quando os questionei sobre o que achavam daquela wine list, a resposta não podia ter sido mais entusiasta: I think it’s brilliant, it’s absolutely brilliant! Uma reacção que promove um ambiente descontraído entre os clientes e a equipa da Enoteca de Belém, e que os coloca no TOP 10 do Trip Advisor nos restaurantes de Lisboa.
Neste espaço que homenageia o vinho, em todas as vertentes e toda a equipa se sintoniza com o néctar, é agora possível degustar uma edição exclusiva da Travessa da Ermida, um vinho elaborado especificamente para a Enoteca de Belém, devidamente personalizado com os rostos de quem todos os dias garante que o vinho é o centro das atenções.
Precisam de mais algum motivo para se abrigarem do frio neste fim-de-semana?
Notas de Prova